sexta-feira, 3 de junho de 2011

A primeira tatin a gente nunca esquece

 

A primeira vez que vi uma tarte tatin na minha frente foi na cozinha do hotel Park Lane, no bairro de Piccadilly, em Londres, onde trabalhei uns meses do ano de 1999, como ajudante de cozinha. Meus olhos brilharam quando vi a chef da ocasião – não me lembro seu nome – cortar pedaços dourados de uma torta enorme e os colocar em pratinhos brancos, com uma bola de sorvete de creme ao lado. Era a sobremesa que serviríamos, naquela noite, num banquete especial, para gente vvip, como eles diziam, com dois Vs.
Trabalhava no período da noite e não havia ouvido conversas no dia anterior sobre os pratos que serviríamos no jantar do dia seguinte. Como sempre fui um zero à esquerda em inglês, talvez tivessem falado algo sobre a sobremesa, sem que percebesse.
No dia citado, me lembro ainda hoje, assim como sinto o cheiro doce invadir minha memória, vi um ajudante tirar dos fornos umas 15 tatins grandes. Perguntei o que era aquilo e ele disse qualquer coisa como: “pfff, é pura manteiga”.
Escondi um pratinho numa bancada de alumínio e, quando o jantar acabou, descobri qual era minha sobremesa predileta. Maçã, açúcar, farinha, manteiga e só. Me lembro que dormi com um doce na boca sem igual. Agora, ao escrever esta pequena memória, posso senti-lo de volta.
Anotei a receita no dia seguinte. Uma sobremesa minimalista e cheia de sutilezas. Dependendo da mão que a faz, da cor, procedência e da maturação das maçãs, do tempo de cocção, entre outros aspectos, têm aromas e sabores os mais diversos.  
Desde meu primeiro pedaço de tatin  furtada, faço um concurso secreto de tortas, classificando todas as que provo. Já falei dessa obsessão açucarada na coluna que tenho no jornal da minha cidade, Espírito Santo do Pinhal/SP.
Devo esclarecer que assim que me é oferecido o cardápio, num restaurante, corro para as últimas páginas (acho uma chatice restôs que tem cardápio de sobremesa separado), para ver se vou comer tatin no dia. Faço tortas no Natal, na Páscoa, m tardes nas quais estou chateado...
Nunca coloquei as notas no papel. Pretendo fazer isso agora, no espaço deste blog. Pretendo ainda passar e repassar receitas, dar dicas de massas, falar da forma ideal, da maneira mais simpels de se cortar as maçãs etc.
E falando em maçã, olha a foto acima. Tudo começa na macieira, com as árvores em flor.

3 comentários:

  1. nada de fazer tortas magoadas quando vier aqui...

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  2. Querido, dia desses o amado doentinho pediu uma torta de maça (appeltaart como se chama lá)sua confort foood. A verdadeira torta holandesa, presente em todas as ocasiões. Sempre acompanhada de chantilly (slaagroom) ou de sorvete de creme também. Bem,fui lá eu fazer a confort food do benzinho, com mateiga salgada e tudo. Mas, preciso de uma receitinha melhor da massa. Vamos fazer uma juntos pra eu pegar as manhas? Amei o blog

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  3. oi Sheiloca, vamos sim... adoro a torta holandesa tbem, o strudel. Minh massa é bem simples, mas é uma massa podre. nao sei se funciona na torta holandesa... é assim: 1 xícar e meia de farinha trigo, 1/2 tablete de manteiga salgada gelada, ou seja, 125 gr, 1/2 xícara de açúcar branco. amassar numa tigela, abrir no plástico filme (com plástico m cima embaixo) com a mão e depois tampar uma forma (faço numa de 30 cm) com as maçãs em calda já dentro. bjs

    5 de junho de 2011 07:06

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